GIOVANI O PREGADOR BATISTA NACIONAL VS LUÍS O CALVINISTA PROGRESSISTA




  • Sabes Giovani O Pregador há muitos fatores que contribuem para que o cenário religioso hoje seja muito mais diversificado e também mais complexo do que o foi anteriormente. Se quiséssemos agrupar – todo o agrupamento tem certa artificialidade – teríamos hoje oito grandes blocos confessionais: as igrejas ortodoxas, o catolicismo, as igrejas protestantes, as igrejas pentecostais, as igrejas/congregações ligadas ao judaísmo crente em Jesus (exemplo: http://israelitas.com.br/home/index.php), as ligadas ao cristianismo progressista (http://www.gibsondacosta.info/  ), e as chamadas seitas ou cultos (http://mit.irr.org/mitt-romneys-mormonism  | Testemunhas de Jeová, etc) e as ligadas ao cristianismo redivivo (http://jpinheirosouza.blog.uol.com.br/). Em todos eles há uma representatividade, em nível global, muito significativa.



    • Gostas disto.

      • Luís Magalhães para Giovani O Pregador
         O bloco das igrejas pentecostais tem crescido muito nas últimas décadas, assim que devemos reconhecê-lo como um ramo particularmente significativo da cristandade.

        As igrejas ortodoxas participam hoje largamente do CMI (http://www.oikoumene.org/ ), que mantém diálogo e cooperação com a Igreja Católica, entrementes também com algumas igrejas pentecostais, igrejas independentes, particularmente do continente africano. Mesmo assim, um número muito grande de igrejas evangélicas, pentecostais, e outras não integra o CMI (http://www.oikoumene.org/ ). 

        Isto revela uma certa resistência destas igrejas ou seitas às formas mais institucionalizadas do movimento ecuménico.

         
        www.oikoumene.org 
        The World Council of Churches (WCC) is a fellowship 


      • Luís Magalhães O compromisso ecuménico também vai se re-moldando, de um lado na preservação e também aprofundamento de uma agenda ecumênica entre as próprias igrejas que integram o movimento ecumênico. De outra parte, ele também busca ampliar as relações. E ai há sinais, eu diria, muito positivos. Algumas décadas atrás havia uma ideia muito antagónica de diferentes grupos cristãos, os ecuménicos de um lado, os evangelicais de outro lado e outros, com críticas acentuadas de parte a parte.

        Hoje estabelecem-se canais bem significativos de diálogo e de respeito. A celebração dos 100 anos da Conferência de Edimburgo deu-se numa plataforma muito ampla em que o CMI teve um papel significativo. Mas a própria Aliança Evangélica, o órgão representativo também de pentecostais, e ortodoxos estavam presentes. Portanto, uma grande amplitude. Verdade que não com um comprometimento tão intenso institucional de cada uma das igrejas, mas canais de diálogo propiciaram-se. Este é um dos exemplos nos quais deveríamos apostar.

        há 32 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães Devemos ser críticos àqueles desenvolvimentos que procuram o tensionamento, a competição e quem sabe até posturas agressivas mútuas, porque elas ferem gravemente a própria credibilidade do testemunho cristão. Assim como aqueles inspiradores que levaram à Conferência de Missão em Edimburgo – eles diziam “mas como podemos ter tantas propostas diferentes nos campos de missão de um mesmo Jesus Cristo?” – este mesmo argumento vale também para os dias de hoje.

        O compromisso ecuménico continua, então, totalmente válido. Verdade também é que num cenário de grande diversidade religiosa e de relações complexas há para todos os interlocutores uma certa tentação de dizer “vamos nos recolher para a nossa própria confissão, para a nossa própria igreja, lá temos as nossas próprias regras, as nossas convicções e temos muito o que fazer”. Portanto, isto debilita a cooperação ecuménica. Contudo, a agenda da unidade continua presente em praticamente todas as igrejas e em todos os movimentos. Ela é mais urgente do que nunca.

        há 31 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães Esta análise da agressividade no movimento ecuménico vale também para o diálogo inter-religioso?

        Analogamente sim. Também entre as religiões, obviamente devemos superar o antagonismo, os preconceitos de umas religiões para com as outras e as posturas agressivas. O exemplo maior disso é a Terra Santa, onde três grandes religiões irmãs – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – convivem em tensões e entre tantas manifestações de violência quando todas elas querem preconizar a paz, o amor a Deus, o amor ao próximo. Então, procurar uma base de entendimento em prol da consecução da paz é uma agenda absolutamente necessária.

        O desafio da paz é um desafio enorme para o mundo inteiro. Os valores éticos nas políticas dos países, mas também nas relações internacionais, o respeito para com a preservação da natureza, são todas agendas em que as religiões podem e devem cooperar.

        Portanto, o relacionamento entre as religiões não pode nunca deixar de ser no mínimo respeitoso, mas mais do que isso deve procurar também a plataforma comum e causas que são importantíssimas para a humanidade.

        O conceito e compromisso pela paz estão claros. A base constitutiva do CMI aglutina, porém, igrejas que confessam Cristo como seu Senhor e Salvador. Como se trabalha isso com relação ao judaísmo, que ainda espera a vinda do Messias, ou o islamismo, no qual Cristo é um profeta?

        Procura-se o diálogo. Recentemente houve em Genebra um encontro de lideranças cristãs com lideranças do islamismo. O ponto de partida é que todas as convicções devem ser absolutamente respeitadas. Portanto, uma plataforma inicial deve respeito à convicção do outro e procurar entendê-lo da melhor forma possível, mas também fazer-se compreender, para avançar no diálogo.

        As decisões pessoais também devem ser respeitadas, mas em nível institucional devemos procurar estabelecer um diálogo em que possamos nos compreender melhor, superar os preconceitos, e explorar as possibilidades de cooperação.

        há 29 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães Podes colocar esta pergunta pertinente: "Dois luteranos, um como moderador e outro como secretário-geral, não é muito mau para esta representatividade que o CMI pretende abarcar?"
        há 27 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães Neste processo todo que em nenhum momento no Comité Central foi levantada a questão confessional como critério para a seleção do secretário-geral. Ou seja, em nenhum momento surgiu o argumento de que como o moderador era luterano, o secretário-geral não devesse ser luterano. Este em si eu reputo como um testemunho extraordinário de compromisso ecuménico de todas as demais confissões, de terem então optado pelo atual secretário-geral à base do seu perfil, do seu posicionamento, da sua capacidade, independente do aspecto de que a sua confissão religiosa coincidia com a do outro.
        há 26 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães O CMI não se pronunciou sobre a oferta de ordinariatos pessoais da Igreja Católica para a recepção de clérigos anglicanos insatisfeitos com a sua igreja por causa da ordenação feminina, aceitação de homossexuais no ministério e concessão de bênção matrimonial a pessoas do mesmo sexo. O Conselho prefere não se manifestar a respeito?

        Bom, o CMI procura se manifestar, quando se manifesta, a partir de suas igrejas membros. Ele não procura tomar posição política.

        Mas a Igreja Anglicana é uma igreja membro.

        Sim, é uma igreja membro. Acreditamos que é uma questão em que a própria Igreja Anglicana está lidando no diálogo com o Vaticano e o CMI não foi nem motivado, nem se sentiu motivado, a se pronunciar especificamente sobre este assunto.

        Poderá se manifestar ainda?

        Eventualmente, nunca está descartado de que no futuro possa ser legítimo se pronunciar como aspiração das igrejas membros. É difícil antecipá-lo.

        há 25 minutos ·  · 1

      • Luís Magalhães Walter Altmann, moderador do Conselho Mundial de Igrejas, foi questionado acerca de um tema delicado e laico. Eis a questão: Como o moderador do CMI vê a questão do WikiLeaks e o vazamento de 250 mil informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos e que ganham páginas de jornais e revistas. O CMI não se pronunciou nem vai se pronunciar a respeito?

        O CMI talvez venha a se pronunciar. O CMI tem inclusive um escritório junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, procura contatos com representantes diplomáticos e tem se pronunciado muito claramente em questões como ecologia, mudança climática, desenvolvimento, justiça social, paz, processo de paz no Oriente Médio. Poderia também fazer um pronunciamento sobre comunicação. Mas de momento não há um posicionamento.

        Acredito que muito do que o WikiLeaks tem divulgado aconteça nos diálogos diplomáticos e que informações nesse nível são formuladas de outra maneira quando de forma pública. Pessoalmente, não vejo graves problemas. O próprio WikiLeaks recebeu as informações e lhes deu divulgação. Naturalmente, foram incômodas para muitas lideranças do mundo, mas acredito que esse episódio não deva ter desdobramentos mais dramáticos do que a repercussão pública. Pessoalmente espero que este episódio não tenha desdobramentos jurídicos.

        Mas o líder do WikiLeaks, Julian Assange, já vem sendo processado na Suécia.

        De momento o processo está sendo levado por outras razões. Se houver algum tipo de desdobramento para esta outra área, será uma nova situação.

        há 20 minutos · Editado ·  · 1

      • Luís Magalhães http://www.claudiocarvalhaes.com/ 
         
        www.claudiocarvalhaes.com 
        Aquí puedes encontrar algunas cosas que estoy pensando y haciendo. Paraaprender ...Ver mais
        há 20 minutos ·  · 1 · 

      • Luís Magalhães Um movimento interessante no CMI é o das Cartas Vivas (visitas a igrejas atuando em situação de conflito ou emergência). Muitas delegações foram enviadas a diferentes partes do mundo. Qual é o balanço que se faz dessa iniciativa, ela terá continuidade?

        As Cartas Vivas têm sido uma das expressões mais significativas do compromisso ecumênico, com eficácia local em muitas situações. Mesmo que tenhamos em maio de 2011 em Kingston, Jamaica, uma Convocatória Ecumênica pela Paz, no encerramento da Década pela Superação da Violência, acredito que, seja sob esse nome – Cartas Vivas– ou de forma análoga, o programa de visitação ecumênica a igrejas e a povos em situações de emergência, de conflito, seguirá como um braço importante de atuação do CMI.

        O CMI esteve nos Estados Unidos, Nova Orleans, quando da catástrofe do Katrina. Esteve no Oriente Médio, no Sudão, nas Filipinas. Certamente seguirá o programa de visitas ecumênicas nessas situações.

        Diante de tantos desafios, não dá uma certa frustração ver os resultados pífios alcançados em questões vitais para a humanidade, como as decisões em Cancun, em Kopenhagen, quanto ao aquecimento global, ou de temas como a distribuição da água, da justiça social, e tantos outros?

        Certamente é um desapontamento muito grande. Gostaríamos de ter visto avanços muito mais significativos e também o expressamos claramente nos documentos do CMI. Contudo, ainda assim o empenho e o esforço não foram em vão. Só mostra que precisa muito mais ainda. Então, se houve avanços mínimos, de fato pequenos como os verificados em Cancun, eles não são desprezíveis.

        Contudo, há uma agenda muito grande ainda a ser desenvolvida. Mas faz parte do processo que aprendemos com os movimentos sociais da América Latina. Por muito tempo os movimentos sociais tiveram frustrações, frustrações inclusive existenciais. Pessoas foram presas, detidas, desaparecidas. A luta delas valeu a pena. Chegamos a um regime mais democrático.

        Também aquilo que propugnamos não é contemplado inteiramente. Então, acredito que devemos redobrar os esforços. O CMI sozinho tem pouca influência, mas em conjunto com ONGs e outros interlocutores tem feito, sim, alguma diferença e se não houvesse essa mobilização nem aqueles pequenos avanços teriam sido conseguidos.

        Qual a leitura que o senhor faz da situação política na América Latina. Existem possibilidades de retrocesso no avanço democrático verificado nos últimos tempos no continente ou podem ocorrer levantes, como no Equador, no ano passado?

        Não estou vendo no horizonte a possibilidade de retrocesso. Acredito que a agenda social na América Latina até tenha avançado e acredito que o mais provável é que ela continue avançando. Claro que ela é mais tranqüila em alguns lugares, mais conflituada em outros. Então, aqui e ali pode haver retrocesso, como tivemos em Honduras, mas como uma tendência geral e continental não o vejo no horizonte.

        Acredito que nesse sentido o processo democrático se consolidou tanto que, salvo alterações muito dramáticas, provavelmente também no cenário global deveria haver mudanças maiores, para que haja de fato retrocesso na institucionalidade democrática na América Latina. Acho difícil.

        Mesmo com a retomada da 4a Frota Naval estadunidense, instalação de bases norte-americanas na Colômbia, o horizonte aparece tranqüilo?

        Mesmo com a instalação de bases norte-americanas na Colômbia, o que lamento enormemente, não creio que isso vá acarretar um retrocesso no continente.

        Muito se tem falado nas igrejas de conquistar a juventude para a causa do Evangelho. Não ocorre justamente o oposto, um certo afastamento e descrédito da juventude para com a igreja, na Igreja Católica muito por causa dos casos de pedofilia, mas na própria sociedade em geral, não se instala uma espécie de niilismo, em que valores e instituições não são mais respeitadas?

        Acredito que assim como falamos da diversificação do cenário religioso também neste particular temos um quadro muito diversificado. Principalmente na forma da sociedade hoje se organizar, seus valores, seus padrões de consumo, seu estilo de vida, são muito diversificados e em muitos casos são imediatistas e, portanto, nem sempre contemplam um horizonte maior de perspectiva para a sociedade como um todo.

        Mas não podemos generalizar. Também entre jovens há uma grande sensibilidade para a causa ecológica, em muitos lugares são jovens que levantam essa bandeira.

        Em relação à institucionalidade das igrejas e outras instituições, uma reserva bastante acentuada não deveria ser vista de modo absoluto, mas em grande parte para as igrejas acho que é um argumento a mais para reforçarmos o compromisso ecumênico. Na medida em que as instituições se combatem umas às outras elas só contribuem para a perda de credibilidade junto a jovens que, por natureza, olham para as coisas de uma maneira muito crítica e muito aguda.

        Então, mais importante do que nos combatermos é procurarmos uma causa que possa também atrair jovens e mobilizá-los. Eles são também capazes de se entregar com entusiasmo a ela. Então, o trabalho com jovens é um desafio constante para as instituições de modo geral, às igrejas em particular e ao movimento ecumênico.

        Ainda há lugar para utopias num ambiente marcado pela tecnologia, virtualidade, criação de vida artificial. Cristãos dizem-se detentores da grande utopia do Salvador, da paz?

        Se utopia é entendido no sentido de um relacionamento que seja fraterno, solidário, justo, respeitoso com toda a dignidade do ser humano e observe a natureza e a preserve, se tudo isso abrange a nossa utopia, eu diria que ela é mais irrenunciável do que nunca.

        O que fará Walter Altmann a partir de 2011 e até 2013?

        Sempre tenho tido bastante o que fazer. Verdade é que agora, passando para a aposentadoria na condição de pastor emérito na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), estou desobrigado de responsabilidades administrativas que no passado tive com grande intensidade. Isso me dará tempo para realmente me dedicar, como tenho procurado fazer, com intensidade ao CMI, retornar em boa medida à minha agenda teológica.

        Fui professor de Teologia por muitos anos. Então quero olhar nas minhas gavetas e ver o que devo jogar no lixo e o que, revisado, ainda possa ser útil. Então, eu tenho alguns projetos e algumas coisas que pretendo escrever. Enquanto Deus me conceder saúde, não vou parar de dar a minha contribuição.

        E depois de 2013?

        Acho que depois de 2013 continua o pastor Walter Altmann, teólogo. Se D-us me conceder saúde, continua.
        http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4011&secao=370 

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